Pedagogia de agosto 2022
A pedagogia mistagógica de agosto 2022 inspira-se
no tema vocacional proposto para este ano de 2022: "Cristo
vive! Somos suas testemunhas", com o lema "Eu vi o Senhor" (Jo 20,18). É um tema que propõe o discernimento
vocacional a partir do testemunho existencial de quem se encontrou com
Jesus Cristo. De quem "viu o Senhor". De quem teve a
experiência pessoal de ver o Senhor e de ter estado com ele, ter convivido com
ele, respondendo ao chamado vocacional da vida cristã.
Do ponto de vista da pedagogia mistagógica, os
Domingos celebrados em agosto 2022 iluminam-se na mistagogia do testemunho
vocacional, considerando a Palavra de cada Domingo, levando em conta que o testemunho vocacional acontece:
Pela confiança e discernimento em forma de vigilância (19DTC-C)
Pelo testemunho profético e seus riscos (20DTC-C)
Pela santidade que é a vocação cristã por excelência (Assunção de Nossa Senhora)
Pela humildade no modo de responder vocacionalmente (21DTC-C)
Vocacionados ao testemunho:
quatro modelos
No primeiro Domingo de agosto, 19DTC-C,
a iluminação mistagógica contextualiza a celebração na confiança e no
discernimento. Para isso, a necessidade de viver vigilantes. Não com a
vigilância de um policiamento, limitador de atitudes, mas a vigilância no
conceito de Jesus: estar sempre pronto para acolher e servir. Uma reflexão que
faz compreender a vocação cristã como disposição vigilante para não perder
nenhuma oportunidade de se colocar a serviço da vida. Vocação critã sempre tem
a caracterÃstica de ser chamado ao serviço e, para que a vocação se realize
como serviço, a importância de viver e cultivar a vigilância. O primeiro modelo
vocacional ilumina-se na vigilância para
o serviço. Vigiar para não
perder nenhuma oportunidade de servir, a exemplo de Jesus que veio para servir
e viveu servindo.
O segundo modelo do testemunho vocacional é o profetismo. O profetismo
pode ser proposto como exemplo de vocação “clássicaâ€, digamos, na BÃblia e na
vida cristã. Desde o Batismo somos ungidos como profetas para testemunhar o
Evangelho, no sentido BÃblico do profetismo, de testemunhar e viver fazendo a
vontade de Deus. Neste sentido, a celebração do 20DTC-C, conduz os celebrantes a celebrar o Mistério divino
presente na vocação profética. É o chamado para testemunhar o projeto divino,
mesmo convivendo com a sensação de se estar desprotegido diante das
agressividades sociais e ideológicas do mundo, como prooposto na Palavra. O
segundo modelo vocacional, este pautado pelo profetismo, como diz o tema do Mês
Vocacional, ilumina-se no profetismo.
O outro modelo vocacional, o terceiro no mês de agosto 2022, ilumina-se
no Mistério da Assunção de Nossa Senhora.
De certo modo, sintetiza os dois modelos anteriores, do serviço e do
profetismo. A vocação como serviço, presente no Evangelho da Assunção com Maria
visitando Isabel para, depois de colocar-se a serviço de Deus — “ecce ancilla
Domini (Lc 1,26-38) — coloca-se a serviço fraterno e caridoso de
Isabel. Na Liturgia da Palavra, na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora,
encontramos os dois primeiros modelos da vocação cristã: o serviço (19DTC-C) e
o profetismo (20DTC-C), este presente no belo hino do Magnificat.
Mas, não se pode esquecer outro modelo vocacional, presente na
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora: a santidade. A vocação
cristã é chamado à santidade; somos cristãos para caminhar nos caminhos da
santidade. Maria é modelo realizado da vocação à santidade. Sua Assunção é
profetismo que Deus nos quer convivendo com sua vida e participando da sua
santidade (Mt
5,48). Por isso, o terceiro modelo
destaca um dato importantÃssimo em toda vocação cristã o chamado divino à santidade.
Por fim, o quarto modelo, presente no 22DTC-C. É um modelo vocacional sintonizado com o primeiro modelo,
aquele da vigilância para o serviço, dando destaque para o servir, enfatizando
a importância de viver a vocação da vida cristã servindo. Toda vocação cristã é
convite divino para ser colocar a serviço, no grande banquete da vida. No
último Domingo de agosto 2022 aparece o valor do convite: todos somos
convidados a nos alimentar da mesa da vida, o grande banquete oferecido por
Deus, mas o lugar de destaque, ensina Jesus, não está em ocupar os primeiros
lugares, mas em se fazer servidor do banquete, na humildade. Assim, a humildade
é apresentado como condição básica para entender e responder à vocação na vida
cristã. O quarto modelo da vocação cristã, agora considerando uma atitude
prática, ilumina-se na humildade do
servidor.
Serginho Valle Junho de 2022 |