ASSISITR MISSA? JÁ ERA!
Serginho Valle
Tem gente que não muda mesmo! Já faz tempo, mais de 50 anos, que não se usa “assistir missa”, mas alguns insistem ou por hábito ou, talvez, por não entender que a Liturgia mudou, em falar que vão assistir missa. Lá vão eles para a missa como se fossem a um teatro para ver o padre rezando na frente deles. Ou, como dizia outro dia um jovem: “para ver o padre rezar pela gente”.
Talvez você não lembre, mas há alguns anos atrás, de fato, a missa era celebrada de modo a favorecer a assistência. Não que se parecesse com teatro, em absoluto, mas era feita de tal forma que quem estivesse na igreja, em duas palavras, assistia o padre e ouvia o coral. O padre ficava na frente do povo, sem olhar para o povo, porque estava voltado para o altar e fazia as suas orações em latim, ajudado por um coroinha. O coral? Sim, sempre tinha um coral que cantava a mais vozes e que, naqueles tempos, encatava com a bela música litúrgica. Alguns, é bom que se diga, não eram lá aquelas coisas. Neste caso, assistia-se a missa enquanto o ouvido sofria com as desafinações.
Hoje mudou. Você não vai à igreja para assistir o padre celebrar a missa. Você vai para participar da missa. Por isso, se alguém disser “assistir missa já era”, ele está certo. Passou esse tempo. Hoje se diz: “participar da missa.”
Mas, tem um detalhe. Tanto na antiga Liturgia da missa, como hoje, há uma participação que sempre existiu: a participação na Salvação divina. É fácil de entender. Participar significa “tomar parte” em alguma coisa. Então, pense comigo. A celebração da missa é a celebração da Páscoa de Jesus Cristo, a celebração da Salvação de Deus. A conclusão é simples: você participando da missa “toma parte” na Salvação de Deus, toma parte no Mistério Pascal de Cristo.
Tem também um outro modo de participação. É a participação ativa. Antigamente, a comunicação na Missa levava a uma participação passiva, de assistência. Hoje a Liturgia exige mais. Pede atividade na celebração: estar presente, rezar em voz alta, cantar, fazer gestos, procissões, bater palmas, fazer silêncio... são modos de participação ativa.
Você pode encontrar alguém que tente comparar missa com teatro. Errou de rumo. Missa não tem nada de teatro. Existem muitas diferenças, e uma delas é o modo de entender a “participação litúrgica” na Salvação divina e de modo ativo.
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Serginho Valle
Coordenador do SAL – Serviço de Animação Litúrgica
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