Pedagogia de Dezembro 2012
24 de Novembro de 2012
Em Dezembro iniciamos o novo Ano Litúrgico, com o 1º Domingo do Advento, com as cores, sons e luzes do Natal. Tudo ao nosso redor respira Natal, muito embora, a Igreja comece a tocar os primeiros acordes natalinos somente a partir do 3º Domingo do Advento. Em nossas propostas celebrativas, fazemos aceno a esse aspecto, com a intenção de não imitar o comércio, que desde novembro já se enfeita de Natal, a seu modo, com a imagens nada cristãs do Natal.
Preparando a 1ª vinda de Jesus
Jesus é bem prático nas orientações: diante de sinais destruidores é preciso erguer a cabeça e não se deixar levar pelo medo, não se entregar e nem cultivar vícios, orar sem cessar, fazendo da oração uma constante busca da intimidade com Deus. É desse modo que o discípulo e discípula de Jesus se fortalece espiritualmente para a 2ª vinda do Senhor (1DAC). Em poucas palavras, uma vida regrada, simples e moderada, sem excessos, e vivida na confiança de que o Senhor sempre está do nosso lado junto de nós, especialmente naquele momento que mais precisaremos da fé e da esperança.
Outro elemento importante, presente na espiritualidade do Advento, é a conversão. Todos os momentos da vida cristã apelam para a conversão, para deixar de lado o caminho que conduz aos valores do mundo e assumir corajosamente o caminho do Evangelho. Você conhece o caminho: o caminho é o Evangelho, propomos como frase celebrativa do 2º Domingo do Advento, pois a mudança espiritual acontece pelo acolhimento do Evangelho. À medida que o Evangelho fala no coração e na mente, nos despimos de roupas velhas e o clima espiritual começa a mudar. A evangelização inicia-se no coração do homem e, pouco a pouco, se propaga como um vírus benéfico que contagia a sociedade com a alegria divina.
Preparação do Natal
Como em todos os terceiros Domingos do Advento, o anúncio da proximidade do Natal acontece com o convite para alegrar-se, porque o Senhor está próximo. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Alegrai-vos no Senhor!”, canta a antífona de entrada (3DAC). O motivo da alegria é claro: o Senhor já está entre nós . É uma presença escondida dos olhos, mas perceptível pela alegria que nos toca, espanando poeiras de medo, de angustias e, principalmente, de tristezas. É momento de fazer florescer as esperanças, de cultivar a alegria que é fruto da fé... é a alegria espiritual que não apenas conforta, mas que fortalece a vida e a torna serena e feliz. É uma experiência de Natal que precisa ser incentivada em nossos dias.
O último Domingo do Advento (4DAC) é totalmente mariano. Maria é contemplada como o símbolo da fé e proclamada como a “Bem-aventurada porque acreditou que será cumprido o que o Senhor lhe prometeu.” Como prometido na profecia de Miquéias, a promessa se realiza de modo simples, pobre, num local perdido da Galiléia, e é revelada ao mundo por duas mulheres que se vêem em situações de gravidez inesperadas: a gravidez na velhice e na esterilidade de Isabel e, a gravidez virginal de Maria. No encontro desses dois sinais de evidente milagre da vida divina, Deus revela a realização de sua Salvação: o povo recebe a graça da visita divina.
Natal
“Encontrareis um Menino envolto em faixas; na pobreza!” Essa é a mensagem do Natal de 2012. Não encontrareis um Papai Noel, nem renas e nem presentes caros ou baratos; encontrareis um Menino, o Filho de Deus que nos é dado. Este Menino, pobre e envolto em faixas, dá o contexto da pobreza humana no qual nasce a riqueza de Deus, seu próprio Filho Jesus. O contexto pobre do Natal faz resplandecer a glória de Deus, impedindo que seja invadida ou escondida por luzes humanas. Foi na pobreza do estábulo que a glória divina iluminou o cosmos e foi vista por quem se deixa por ela iluminar. Só é capaz de entrar no presépio quem ali for com o espírito de pobre (Mt 5,3), porque este verá a Deus.
O Natal é concluído com a alegria de uma festa familiar. Depois das celebrações festivas, vamos ao Presépio e nos deparamos com uma família, pobre e feliz, como toda família que embala e se deixa embalar pelo nascimento de um filho (Sagrada Família). Ali está o modelo de Natal em família, está a verdade de que toda família que cultiva o amor permanece em Deus e Deus habita em sua casa.
É nesse contexto que a celebração do último Domingo de 2012 convida a considerar a vida dos filhos e das filhas como dom de Deus aos pais. Os pais, da parte sua, são responsáveis para indicar os caminhos de Deus aos seus filhos e filhas, fazendo com que eles conheçam Deus e que por Deus sejam conhecidos. A obediência de Jesus ao Pai do Céu e aos pais da terra é vivenciada no 4º Mandamento da Lei de Deus, o modo de se viver no amor e fazer da própria casa o Santuário do Deus altíssimo.
(Serginho Valle)