Bem-aventuranças, o caminho do discipulado
31 de Janeiro de 2020
Bem-aventuranças, o caminho do discipulado
O início do Tempo Comum, depois da Festa do Batismo de Jesus, conclui-se no mês de fevereiro, no último Domingo de fevereiro, para sermos mais precisos. Depois, acontece o início da Quaresma, com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, na última semana de fevereiro.
Outras duas características ficam por conta da celebração da Apresentação do Senhor, no dia 2 de fevereiro, e pela leitura contínua do “Sermão das Bem-aventuranças”, nos Domingos de fevereiro, excetuando o primeiro Domingo, da Apresentação de Jesus.
Luz dos povos e da humanidade
O tema que ecoará nas primeiras celebrações de fevereiro é aquele da luz. Já no primeiro Domingo de fevereiro, na Festa da Apresentação do Senhor, Jesus é celebrado como a luz divina brilhando no meio do mundo. Uma celebração para ser celebrada com a espiritualidade do Natal, em tons de Epifania, da manifestação divina como luz dos povos e luz para todos os homens e mulheres. Nele, em Jesus, realizam-se as promessas divinas de Deus que vem ao encontro do seu povo para iluminar a terra. Uma celebração convocadora de todas as nações e de toda a humanidade para ir ao encontro do Senhor, pois ele é a luz divina entre nós.
Mas, não apenas Jesus Cristo é a luz do mundo e luz na vida do homem e da mulher, também os discípulos e discípulas de Jesus são convocados para ser sal da terra e luz do mundo (5DTC-A). Ou seja, o esplendor luminoso do Mestre brilha também nos discípulos e discípulas e, para isso, a necessidade de temperar a vida com o sal do Evangelho, iluminar a vida com a luz do Evangelho e, em dimensão missionária, de temperar e iluminar a sociedade com a luz do Evangelho.
Sentido da vida
Outro tema presente nas celebrações de fevereiro vem em forma de questionamento: qual o sentido da vida pessoal, qual o sentido da vida comunitária? Se as duas primeiras celebrações são propositivas, no sentido de propor Jesus como luz da terra e luz da vida humana, as duas outras celebrações dominicais voltam-se para a prática. Para iluminar a vida pessoal e a vida da sociedade com a luz divina faz-se necessário, em primeiro lugar, avaliar as escolhas existenciais que dão sentido à vida, entrar em contato com as leis que regem nossos corações e compreender que os Mandamentos não impõe proibições, mas, no seu conjunto, é um caminho existencial (6DTC-A). Não somos de uma religião com código de proibições, mas com indicações de como viver livres, orientando-nos pelos Mandamentos divinos.
O primeiro elemento prático, portanto, para iluminar a vida pessoal e a vida da comunidade é orientar a vida nos caminhos propostos pela Lei do Senhor, pelos Mandamentos divinos (6DTC-A). O segundo elemento prático é a busca da santidade, é aceitar o desafio de ser santo, ser perfeito, como Deus é perfeito. A dimensão prática para a realização disto está na convivência fraterna (7DTC-A), no empenho de tratar a todos, inclusive os inimigos, como irmãos e irmãs.
Início da Quaresma
A última proposta celebrativa de fevereiro é a da Quarta-feira de Cinzas. Uma celebração que propomos seja celebrada num contexto de três passos: considerar a Quaresma como tempo silencioso para ouvir o apelo de voltar para Deus, como tempo para reavaliar as forças espirituais da vida e como momento para refletir o dom e a responsabilidade pela vida, proposto na Campanha da Fraternidade de 2020.
Serginho Valle
Janeiro de 2020