Pedagogia mistagógica de Outubro 2024

01 de Outubro de 2024


A Fidelidade e a esperança na visão Cristã

Introdução 
A exemplo dos últimos dois meses, Outubro é o terceiro mês temático chamando a atenção para a atividade missionária da Igreja. As celebrações de Outubro 2024 sugerem viver a missionariedade de muitos modos, como por exemplo na família (27DTC-B) e através do desapego dos bens materiais para, livremente se colocar a serviço do Reino (28DTC-B). A celebração do 29DTC-B considera a missão da Igreja como serviço em favor da vida humana propondo o caminho do Evangelho para superar todo tipo de cegueira que impede viver autenticamente a vida cristã (30DTC-B). A inspiração deste caminho, iluminado pela esperança, está na celebração da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida.

Quanto à pedagogia mistagógica, além do tema missionário, sugerimos incluir o tema da sinodalidade. O Sínodo sobre a sinodalidade será concluído em outubro, motivo necessário para refletir e rezar pelos trabalhos realizados no Sínodo. As propostas celebrativas do SAL relacionam a sinodalidade ao tema missionário, como a importância da esperança, proposto na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida. Outros temas consideram a fidelidade do casal (27DTC-B), o desapego dos bens materiais (28DTC-B), a disposição para ser enviado em missão (29DTC-B) e a iluminação da vida com a luz de Jesus Cristo (30DTC-B).

Testemunho de fidelidade 
A primeira celebração de Outubro 2024 considera o projeto divino para o casal e a família sustentado pela fidelidade, no amor, entre marido e mulher (27DTC-B). A fidelidade é um valor essencial no relacionamento do casal e na vida familiar. É a condição necessária que reflete a segurança e a estabilidade emocional do casal e da família. À luz da Palavra de Deus, a fidelidade é vista como expressão do amor completo e totalmente partilhado entre homem e mulher; este é o desejo e o projeto que Deus sempre teve (desde a origem) para o relacionamento matrimonial. A fidelidade é a base necessária para demonstrar o amor e tornar o relacionamento do casal saudável.

Serviço desapegado
Entrando mais diretamente no contexto do tema missionário, o 28DTC-B propõe a necessidade do desapego dos bens materiais para que se possa colocar a serviço da missão evangelizadora proposta por Jesus. Ser rico não é pecado; o pecado encontra-se no apego à riqueza (ganância) que, não apenas dificulta, mas impede a dedicação total do Reino e impede uma condição básica na sinodalidade: a partilha fraterna.

O mesmo tema do serviço aparece no 29DTC-B, Domingo no qual se celebra o “Dia Mundial das Missões” com o lema “Ide, convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9). Em continuidade ao Domingo anterior, Jesus especifica de modo claro que a missão evangelizadora se realiza através do serviço desinteressado. Ainda no tema do desapego, desta vez não relacionado à ganância do dinheiro, mas o desapego do prestígio social e político. O missionário e missionária na Igreja não reivindicam a exigência do destaque; apenas se fazem arautos do Evangelho para convidar todos para participar do banquete do Reino de Deus.

Superar as cegueiras
Por fim, no último Domingo de Outubro 2024 (30DTC-B), a cura da cegueira de Bartimeu apresenta Jesus como o iluminador da terra e de toda a humanidade. Num tempo em que o mundo enfrenta numerosos desafios que escurecem as mentes provocando crises mundiais devido a decisões cegas, totalmente desprovidas da luz do bom senso, como é o caso das guerras e outras formas de violência, a Igreja tem a missão de iluminar a terra com a luz de Jesus Cristo, com a luz do Evangelho. O modo de como a Igreja faz isso, neste momento histórico, é através do caminho da sinodalidade. Todos caminhando juntos e juntos testemunhando a missão evangelizadora com a luz da fraternidade.

Conclusão
Toda a dinâmica missionária, como se presume, em a necessidade de uma espiritualidade. Em Outubro de 2024, as propostas celebrativas do SAL são iluminadas com a luz da esperança, presente na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida. O tema da Novena da Padroeira deste ano de 2024 apresenta Maria como a missionária que, em sinodalidade, faz a peregrinação existencial como peregrina da esperança. Uma proposta que se inspira no Ano Santo de 2025, convidando toda a Igreja a, desde agora, tornar-nos peregrinos que iluminam suas vidas com a luz da esperança cristã.

Serginho Valle 
Agosto 2024